Gente fina pra caramba, faz seu programa voltado 100% ao esporte catarinense e junto com Claudionir Miranda, fazem a festa de segunda a sexta às 12.30. Sou telespectador assíduo. No final, ele conta uma emocionante história sobre a sua primeira entrevista ao vivo no rádio. Imperdível e hilária! Veja a entrevista na íntegra!
EL PALPITEIRO - Primeiramente, o El Palpiteiro lhe agradece pela prestividade e inicia lhe questionando: Com quatro representantes catarinenses na Série A do Brasileirão em 2015, você acha que algum deles deveria fazer como fez o Figueirense em 2005, contratando uma grande estrela (Edmundo) ou a política do bom e barato, sem grandes ídolos, deveria permanecer?
GUSTAVO BOSSLE - Primeiramente: o prazer é todo meu em poder colaborar com seu trabalho. Bem Vamos lá! Acho que a política de contratações deve combinar com o orçamento de cada clube. O primordial é não fazer (aumentar as) dívidas. Entendo que o crescimento do nosso futebol deve passar pela nossa mudança de postura. Devemos evitar o discurso: "brigar para não cair". Mesmo que, lá no fundo, isso seja verdadeiro. Afinal, o que tenho observado em entrevistas e conversas com técnicos e jogadores é a repetitiva declaração de "vamos brigar para não cair".
Jogadores, cartolas e técnicos usam esse discurso, pois nós permitimos. Pois nós (imprensa/torcida - outra vez, para que fique bem claro) não cobramos o algo mais. Uma libertadores, talvez. Ou ainda a exigência de ficar entre os 10 melhores do país. E quem sabe a obrigatoriedade de conquista da vaga na Sul Americana. Cobrar mais, exigir mais e fazer com que nossos clubes vendam filosofias de conquistas diferentes da atual. Eu acho constrangedora a frase "Vamos brigar para não cair". Pior ainda é ver nossos clubes comemorando esses feitos insignificantes.
EL PALPITEIRO - Como é produzir e apresentar um programa voltado 100% ao esporte catarinense? Colegas de outros estados buscam informações contigo sobre o crescimento do futebol do nosso estado?
GUSTAVO BOSSLE - É gratificante poder fazer um programa 100% focado no futebol catarinense. Mas esse prazer só sinto, pois há uma audiência interessante. No começo, quando decidi levar por essa linha, duvidava se daria certo. É um desafio prazeroso poder ligar para clubes como o Maga (pior da 3ª Divisão de SC) e saber qual escalação para o próximo jogo.
Acho bacana mostrar para a nova geração dos torcedores dos grandes do nosso estados quais times do interior, quem joga por lá, quem são os treinadores, mostrar os jogos, os estádios, os treinos... enfim... mostrar a realidade do nosso futebol.
Criciúma, Chapecoense, Metropolitano, Marcílio, Figueira, Joinville e Avaí não é a realidade. Esses clubes são exceção. A realidade da maioria dos nossos clubes é completamente oposta: uma infinidade de dificuldades. Colegas de outros estados tem sim o Jogo Aberto SC como uma referência quando querem saber sobre o futebol de Santa Catarina. Não é algo corriqueiro. Mas volta e meia somos consultados para dirimir dúvidas ou confirmar informações.
EL PALPITEIRO - Quando uma equipe de Santa Catarina brigará pelo título, ou por uma vaga na Libertadores? Quando seremos protagonistas?
GUSTAVO BOSSLE - Como disse anteriormente: precisamos (torcedores/imprensa) mudar o nosso discurso. Jogador tem que chegar aqui sabendo que somos exigentes. Brigar para não cair é objetivo mais fácil. Discrepância de orçamento sempre haverá. Estrelas de ponta sempre optarão pelos maiores. A única coisa que podemos mudar, de imediato, é essa cobrança. Se ela vai surtir efeito eu não tenho a menor dúvida. Surtir efeito no sentido de objetivo cumprido. Agora não resta uma meia vírgula de dúvidas que assim que agirmos desse modo... o "João" vai entrar em campo com foco numa Libertadores. E vai jogar como quem briga por uma Libertadores. Vai ser algo inconsciente.
EL PALPITEIRO - Qual tua avaliação sobre a Federação Catarinense de Futebol? É mérito dela esse crescimento, ou é mais mérito dos presidentes das equipes?
GUSTAVO BOSSLE - O mérito passa, sim, também pela Federação Catarinense de Futebol. É ela quem articula os interesses dos nossos clubes com a CBF. E nesse sentido nunca ouvi qualquer queixa dos nossos dirigentes.
EL PALPITEIRO - Quais foram os motivos que levaram o Criciúma a ser a decepção do estado em 2014?
GUSTAVO BOSSLE - Muito se esperava do Criciúma para 2014. Eu mesmo sempre disse - e continuo a dizer - que no papel o Tigre tinha o melhor elenco. Existem coisas no futebol que não têm explicação. Não deu liga! Não encaixou. Vários treinadores passaram por lá e não deram jeito.
Talvez esse excesso de favoritismo tenha causado um peso grande nas costas dos jogadores. Uma pena. Afinal, poderíamos ter 5 times na Série A em 2015.
EL PALPITEIRO - Gustavo... Pra gente fechar o nosso bate-papo do estilo Jogo Aberto SC, uma pergunta mais descontraída... Conte uma história sua no futebol. Um jogador ou técnico chato de entrevistar, um estádio com condições precárias de trabalho, enfim... Algo que nosso leitor se divertiria em saber.
GUSTAVO BOSSLE - Cara.... existem milhares de histórias. São 15 anos de profissão e já vivenciei alguns momentos interessantes, alegres e tristes. Muitas delas estão registradas para se tornarem um livro. Mas vou contar uma da minha primeira transmissão ao vivo no rádio. Era uma partida de futebol profissional. O jogo acontecia em Palhoça. Estádio Renato Silveira. Naquela época (2001) o nome "estádio" era um verdadeiro elogio ao campo onde o Guarani mandava seus jogos da 2ª divisão do Campeonato Catarinense. Eu trabalhava na Rádio Gazeta de São José. Também era um elogio chamar aquela estação de rádio. E eu era escravizado. Não recebia um centavo e amava essa ideia (trabalhar de graça e estar realizando um sonho). Minha mãe odiava.
Era quarta a tarde. Feriado dos palhocenses. O dia estava quente. Camiseta polo, calça jeans e tênis faziam o meu traje. O mesmo que uso até hoje. Suava por todos os poros. Era suor de nervosismo e suor de calor. Não sei como não fiquei desidratado. O juiz apitou o intervalo do jogo e sai caminhando com passos firmes na direção do meio de campo (naquela época isso era permitido) para entrevistar o jogador destaque daqueles primeiros 45 minutos. Lá fui eu: "Vamos ouvir aqui o fulano... E aí fulano... O que você achou do jogo?". E ele: "Nada". E saiu em direção ao vestiário dos visitantes. Essa foi a minha primeira entrevista no futebol profissional de SC. Pífia! O nome do jogador? O nome do time dele? No livro eu conto. Abraço!
GUSTAVO... OBRIGADÍSSIMO, BROTHER! SÉRIO, SEM PALAVRAS PRA AGRADECER! PALAVRAS DE FÃ PRA UM ÍDOLO!
AMANHÃ, A ENTREVISTA É COM NADA MAIS, NADA MENOS, DO QUE JOCELI DOS SANTOS! UM DOS GRANDES TÉCNICOS CATARINENSES! IMPERDÍVEL!!!
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